quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Chrystoffer Oliveira & Ranielly Farias

Nomes : Chrystoffer silve oliveira & Ranielly farias ..

Turma: 3001

Analise sobre o Texto de Clarice Lispector (Não entender).

Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

Clarice Lispector – Livro – A descoberta do mundo : Rio de janeiro 1999.
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Entender : Como entender frases tão complexas que envolvem uma forma de pensar tão ‘’avançada’’ que de certa forma causa choque ao ‘’comum’’ a forma humana tradicional de se pensar ? Pois bem podemos dizer que isso seja uma forma de dogmatismo ? Pois, todos nós somos, mas o que você me diria se essa forma dela de analisar a questão do saber e o porquê das coisas seria menos dogmática ou talvez menos arrogante ?

Avançando : Quando analisamos um assunto ou algo do tipo, sempre buscamos a verdade e o entender do assunto, e quando chegamos nele estagnamos; como se nós já dominássemos a verdade sobre aquele tema ou assunto, e isso na “visão de Clarice’’ seria uma forma arrogante de ver o tema ou determinado assunto . Como Sócrates dizia “tudo que sei é que nada sei’’ é claro que ele sabe que não sabe de nada mais por reconhecer que não entende ou que não sabe, faz com que a capacidade dele de saber mais sobre aquele assunto, seja infinita, porque, não sabendo, não temos o porque para analisar pesquisar ou entender sobre o determinado assunto em questão.

Minha visão: De acordo com o que estudei sobre o texto da Clarice, a minha visão sobre onde ela realmente pode chegar, é claro que o que vou dizer agora é apenas meu ponto de vista para tentar me aproximar mais sobre as questões que ela propõe investigar.

1 - Na verdade ela busca “o saber” tanto que admite que não sabe, e para tentar saber mais utiliza isso para saber mais sobre o não saber. Sendo assim, analisamos que quando ela cita no texto as seguintes frases : ‘Como ter loucura sem ser doida’ e logo em seguida ela diz a palavra ‘inquietação' : quero entender um pouco, Não demais: mas pelo menos entender o que não entendo!... .’.

2 – Com essas frases o que eu posso citar é que ela pode ser uma mulher que busca o saber, mas que ao mesmo tempo tem medo disso, pois, se ela chegar no “saber’’ ela estará indo contra a sua própria idéia que é o não saber. Logo, isso a deixa inquieta pois, as vezes ela se sente numa vontade massacrante de saber e entender, porem se chegar nesse nível chegará no dogmatismo ingênuo pois, acreditará que já chegou na verdade concreta.Isso a leva a uma experiência negativa, ela acaba por viver nesse impasse. E se ela avançar ou se reter em seu conceito que para ela e o “correto’, seria cancelar o direito de avançar e querer saber das coisas? Bem, diria novamente que e uma forma de Sócrates ver as coisas talvez venha uma inspiração dele ou talvez uma grande coincidência. Mas o que quero dizer é que quando você admite no seu ser, no seu ego, na sua forma humana, que você apenas não sabe, não quer dizer se fechar para o mundo e recuar do conhecimento, e sim, que você teria uma visão para analisar melhor determinados assuntos. Se você não sabe, terá que aprender e procurar mais sobre aquilo e cada vez mais você adquire conhecimento para uma análise sobre o assunto em questão, o conhecimento será mais amplo e mais claro, admitindo que nunca se saiba de nada, senão você estaria recuando e entrando numa forma de pensar primitiva e, que de certa forma estaria se deixando e se fechando dentro do seu próprio conhecimento , podendo ter experiência negativa ou apenas se afastar do saber que é o infinito e não se restringe a sua pessoa .

3 – Analisando o que GERD BORNHEIM fala sobre características dos filósofos, como Sócrates, por exemplo, onde aparece em muitos pontos de Clarice, onde os mesmos buscam algo, e que esse algo não seria algo porque nem eles sabem onde pretendem chegar e buscam isso ao longo de sua vidas deixando-nos uma vasta linha de raciocínio para que nós possamos seguir ou não suas linhas de pensamentos. E onde, a partir disso, eu esteja aqui escrevendo para vocês conforme o meu modo de ver esses “problemas” do saber, e que cada um possui sua forma de interpretar, pensar e poder ser interpretado de varias formas pelos outros. No geral você sempre deve estar aberto às mudanças de opiniões, e isso seria uma forma de ampliar seus conhecimentos e de aprender cada vez mais com os temas levantados.

Ou devemos ser ôntico que nunca problematiza e que esta tudo bem? Penso que essa não é uma forma correta de se ver as coisas, pensamentos existem, é evidente que alguém os criou. É por que segui-los sem nos questionarmos.? Simplesmente sem saber se realmente eles são bons para nós e se aceitarmos a forma com que a vida nos coloca as idéias já realizadas em prática onde as mesmas agem sobre nossas vidas. E esse acaba sendo o medo de Clarice, justamente o deixar o conceito de “normal’’ de lado e tomar conta de suas próprias atitudes, então ela acaba se questionando sobre ”o porquê” de tudo, inclusive sobre sua própria forma de ver as coisas, chegando a um limite de ‘pensar como louca sem ser louca’. “Aristóteles liga a admiração, e a consciência da ignorância que brota a da percepção e de uma dificuldade obviamente de Caráter intelectual” (GERD BORNHEIM - Introdução ao filosofar – O globo 2003).

Forçando-nos a pensar em tudo e sobre o motivo de Clarice ter feito o mesmo, utilizando sua própria vida, suas próprias experiências negativas, tentando achar ou não o que ela realmente buscava .

Que é “O SABER” !....

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